MENSALEIRO DUDA MENDONÇA.
O QUE FAZIA NA ÉPOCA:
Veterano do
marketing político, o publicitário Duda Mendonça trabalhou em 2002 na vitoriosa
campanha de Lula e em 2004 na fracassada campanha de Marta Suplicy para
prefeita de São Paulo.
O QUE FAZ HOJE:
Continua
trabalhando com marketing político. Em 2010, foi o responsável pelas campanhas
que levaram ao Senado a petista Marta Suplicy e o tucano Cássio Cunha Lima.
Também trabalhou na eleição de Ricardo Coutinho, do PSB, para o governo da
Paraíba, e na reeleição de Roseana Sarney, no Maranhão.
ACUSAÇÃO:
Recebeu
pagamentos no Brasil e no exterior pelo esquema de lavagem de dinheiro montado
por Marcos Valério e o Banco Rural.
CRIMES:
Lavagem de
dinheiro e evasão de divisas.
O QUE GANHOU DO ESQUEMA:
Como pagamento
pelas campanhas que conduziu, o publicitário recebeu mais de R$ 11 milhões do
valerioduto: R$ 1,4 milhão no Brasil e cerca de R$ 10 milhões em um paraíso
fiscal no Caribe.
EVIDÊNCIAS APONTADAS PELA PROMOTORIA:
O PT tinha um
débito milionário com o publicitário que elegeu "Lulinha paz e amor"
em 2002. Para quitá-lo, acionou o operador do mensalão, Marcos Valério, que pôs
em ação o esquema do Banco Rural. Conforme o depoimento de Valério, foi Delúbio
Soares, tesoureiro do PT, quem ordenou os repasses.
A Procuradoria
aponta dois métodos que viabilizaram os pagamentos. O primeiro, no início de
2003, consistiu em saques na agência do Banco Rural em São Paulo, feitos por
Zilmar Fernandes, sócia de Duda. Em cinco operações, três em fevereiro e duas
em abril daquele ano, Zilmar retirou R$ 1,4 milhão em espécie, de acordo com
testemunhos.
Em um segundo
momento, Duda e Zilmar passaram a receber as parcelas da dívida no exterior.
Para tanto, abriram a offshore Dusseldorf Company Ltd nas Bahamas, Caribe.
Cerca de R$ 10 milhões saíram do país por meio desse expediente. A Procuradoria
identificou 53 operações de remessa de dinheiro para o exterior, 24 das quais
através dos seguintes braços do Banco Rural: Rural International Bank (6
depósitos), IFE Banco Rural (1 depósito), Banco Rural Europa (1 depósito) e
Trade Link Bank (16 depósitos).
Para abastecer a
conta de Duda e Zilmar no exterior, a quadrilha também se valeu do esquema
conhecido como dólar-cabo. Por esse expediente, uma transferência feita em um
país é compensada, irregularmente, por outra de valor equivalente no exterior.
Um dos doleiros acionados foi Jader Kalid Antônio, que contou ter sido
procurado pela quadrilha de Valério e feito a transferência de U$ 131.838 para
a Dusseldorf de Duda e Zilmar.
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