quinta-feira, 14 de março de 2013

O MISTÉRIO EXU


O mistério Exu é polêmico justamente porque atua de forma dual e sempre magística. Toda casa de culto deve ter seu assentamento de Exu, no qual foi assentado o Exu da casa ou correspondente ao Orixá de Cabeça do sacerdote que a dirige. Mas Exu tem um vasto campo de atuação dentro do Culto aos Orixás.
Toda religião possui uma dupla função, porque todo fator de Deus tem seu duplo aspecto, sendo uma parte positiva e outra negativa. A parte positiva dos fatores divinos é gerada e regida pelas divindades luminosas irradiantes e positivas. Já a parte negativa deles é gerada e regida por divindades cósmicas, absorventes e negativas. E mesmo a parte positiva ou negativa tem sua dupla polaridade, sendo um pólo ativo e outro passivo.
A parte negativa de um fator divino é absorvida por criaturas que são regidas pelos instintos e possuem uma natureza instintiva. Já a parte positiva de um fator é absorvida pelos seres racionais cuja natureza é racionalista.
Exu é uma das forças que atuam sobre o negativo de qualquer pessoa com o Dom Ancestral Místico de Incorporação Oracular, ou seja, os médiuns.
A Umbanda absorveu o Mistério Exu e o assentou à sua Esquerda, onde ele rege inúmeros mistérios dos Orixás em seus aspectos negativos. Sendo no Ritual de Umbanda Sagrada mais uma entidade de trabalho.
Os Exus podem ser ativados de duas maneiras: pela oferenda e pela Lei Maior (que não compete a nós seres humanos, mas sim ao nosso Divino Pai Olorum).
Os Exus como atuam num campo restrito, eles somente se movimentam se alguém for até seu ponto de forças oferenda-lo. Sem isso, eles, os Exus verdadeiros, não atendem ninguém. E quando já despertaram para a verdadeira sabedoria, não atendem nem ao seu médium.
Enquanto que pela Lei Maior, por onde estão ligados, são executores do carma.
O orixá Exu é uma divindade cósmica que gera e irradia um fator que vitaliza os seres. Exu é o vigor que ativa todos os sentidos de um ser, o estimula e vitaliza até mover-se e buscar algo novo, em todos os campos. E por ser agente cármico, a própria Lei Maior o ativa e ele começa a atuar como paralisador ou esgotador de carmas grupais ou individuais. É trabalhoso lidar com a atuação da Lei e a pessoa que está sofrendo só deixará de ser atuada caso reformule toda a sua vida, transforme seus sentimentos íntimos e deixe de atuar injustamente contra seus semelhantes, que aos olhos de Deus é seu irmão.
“ Exu”, Divindade Cósmica de Deus e é um dos seus filhos unigênitos, ou único gerado dotado com o poder de gerar o fator vitalizador, portanto, EXU PURO só existe um e seu poder vitalizador se estende por todo o universo e influencia até os outros orixás, pois sem vitalidade nada flue, avança, prospera ou se multiplica.
A qualidade de vitalizar e desvitalizar é somente encontrada no Exu, tornando-o um orixá dual. Na África, Exu é o gerador da Vitalidade é associado à fertilidade masculina e sua “ferramenta” é um pênis, demonstrando mais uma de suas funções ou atribuições divinas: auxiliar na multiplicação das espécies.
O Trono Guardião dos Mistérios dessa dimensão é o divino Mehór Yê, divindade cósmica que polariza com o orixá Ogum, o Guardião da Potência Divina.
Como divindade, Exu gera sua hierarquia divina formada por Exus vitalizadores e desvitalizadores (mistos) dos sentidos. Todos os orixás têm Exus vitalizadores e desvitalizadores dos seus mistérios, pois Exu é dual.
Na dimensão em que vive Exu Natural, tudo o que acontece nas outras ali é refletido, pois é uma dimensão especular, e tudo é revelado porque Exu é oracular. Por isso ele sabe de tudo sobre os médiuns e seus orixás, e vai logo apontando com quais eles estão em falta ou por qual esta sendo punido.
Na dimensão natural de Exu não existem seres do fogo, da água, da terra etc, mas sim seres que geram em si o fator vitalizador e que desenvolvem certas faculdades, as quais tornam-se vitalizadores do elemento telúrico, e daí surgem os Exus da Terra, outros tornam-se vitalizadores do Cristal, e daí surgem os Exus dos Cristais e por assim segue.
Os Exus Naturais sempre o serão, porém existem espíritos que passaram pela imantação do mistério misto que os rege e se EXUNIZARAM e tornam-se espíritos naturalizados Exus, porém este é um grau ou uma condição transitória, sendo um recurso para que estes espíritos retomem suas evoluções sob a irradiação do mistério Exu, mas que, quando resgatam seus carmas ou os abrandam, têm a oportunidade de conquistar outros graus como: baianos, marinheiros, boiadeiros.
Os Exus que atuam através do Dom Ancestral Místico de Incorporação Oracular são aqueles que estão aprendendo a usar os instrumentos colocados a sua disposição.
Para eles não existe a divisão entre bem e mal, só objetivos a serem atingidos. Se direcionados para o bem, fazem-no as suas maneiras, e se para o mal, também.
Que fique bem claro Exu só age se for pago simbolicamente com uma oferenda. Com isso, ele se exime de culpa pela ação negativa, quem o pagou que é o culpado!
A função do Exu é guardar os locais de trabalhos de ordem espiritual e, após o término desses, proceder a limpeza astral, levando embora os espíritos que ainda não tenham merecimento para receber o amparo da Luz.
Os Exus são carcereiros responsáveis pela prisão de muitos dos espíritos que se rebelaram contra a Lei Maior.
Um Exu não combate um mentor de Luz, ambos atuam sob uma mesma Lei. Um guia de Luz age onde ele acha necessário; um Exu age quando lhe pedem e pagam.
Aí esta sua neutralidade. Se alguém tiver um dia que pagar, que pague dando uma prova material de sua ação. Esse é o primeiro ativador da ação do Exu, Guardião do Ponto de Força das Trevas. Quanto aos espíritos que vivem no meio, estes, sim, são o que há de pior no astral. Eles não têm uma lei definida a regê-los, e onde vêem uma oportunidade começam a se impor sobre as pessoas.
Mas uma coisa deve ficar clara quanto ao modo de pensar e agir dos Exus que trabalham junto aos médiuns: eles são semelhantes a nós e tomam o nosso lado quando algo ou alguém está nos prejudicando.
Outra coisa muito importante: demônio infernal luta para apagar toda a luz da face da terra. Já Exu, o Guardião do Ponto de Força das Trevas, é apenas o executor da Lei, e está submetido às leis da Natureza.
E tudo isso que foi lhes apresentado precisa ficar esclarecido para que se possam estabelecer uma regra ao estudar a entidade Exu, o Guardião do Ponto de Força das Trevas. Do contrario, nunca o entenderemos.
Saudação: Laroyê Exu! Exu Mojubá!
(Olhe por mim! Ou Vós sois grande, Exu! Ou Eu me curvo a ti, vós sois o poderoso,Exu)

Temos que começar a mudar nossos conceitos de Exú e Pomba Gira.
Vamos a partir de agora ver o Exú e a Pomba Gira como aquela polícia
que guarda e toma conta das ruas obedecendo sempre uma hierarquia de
comando, que é o Exú chefe do Terreiro, e acima dele os guias chefes
da Casa. Podemos também ver os Exús como aqueles lixeiros alegres que
passam pelas ruas recolhendo toda a “sujeira”. Vêm com brincadeiras
e algazarras, mas fazem um trabalho enorme em benefício da sociedade,
que diga-se de passagem é muito pouco reconhecido. E as Pomba-giras
seriam as “margaridas” mulheres que trabalham também na limpeza de
nossas ruas e nossa cidade, exercendo a sua profissão com presteza
e determinação. Assim como devemos ter um conceito mais respeitoso
do Exú, devemos também dedicar mais respeito aos trabalhos das
Pombas Giras, deixando de encará-las como mulheres vulgares e da
vida, que só vêm “para arranjar casamento” ou o que é pior,
para desfazer casamentos... Isto é uma coisa absurda e vulgar...
O trabalho da Pomba Gira é sério. É também um trabalho de descarrego,
de limpeza, de união entre as pessoas. De abertura dos caminhos
da vida, seja do ponto de vista material, mental ou espiritual.
A reunião de Exú ou Gira de Exu tem como finalidade descarregar
os médiuns e os consulentes. Unindo suas energias eles são capazes
de entrar em contato e orientar mais facilmente com almas que
ainda não encontraram um caminho.Cada pessoa que entra em uma
casa de Umbanda traz consigo seu saco de lixo cheio
(são seus pensamentos, suas raivas, suas desilusões...)
e são os Exús os trabalhadores encarregados de juntarem todos
estes sacos para descarregar, dando a cada um de nós a
oportunidade de diminuirmos o nosso lixo e facilitando nossas
próximas limpezas. Cada vitória nossa é para estas Almas
trabalhadoras um passo no caminho do desenvolvimento.
A saudação aos Exus: A saudação ao Exú é LARÓYÈ = salve,
que também quer dizer salve compadre, boa noite “moça”.
Exú é MOJUBÁ - Moju (Viver a noite) Bá (armar emboscadas)
ou seja “armar emboscadas vivendo a noite”. Mas na Umbanda
o trabalho dos Exús é o de guardião. Assim ao cumprimenta-lo
estamos dizendo: Salve aquele que vive à noite e que arma
emboscadas. Assim estamos reconhecendo seu poder e ao mesmo
tempo estamos pedindo “Àquele que vive a noite, que nos
livre das emboscadas”.

Bebidas: Os exús gostam muito de bebidas voláteis e o aguardente
está entre elas ao qual dão o nome de malafo ou marafo,
conhaque, cerveja e outras bebidas fortes. As Pomba-giras
gostam de anis e champanhe. Não há necessidade de o médium
ingerir a bebida, pois a mesma pode ficar num copo e o Exú
ou Pomba-gira trabalhar com a sua energia utilizando
o conteúdo astral da bebida.

Comidas: Os Exús e Pomba Gira gostam de farofa,
dendê, cebola, pimenta, limão, semente de mamona,
e as Pombas Giras de enfeites e adornos, sem contar
que gostam muito se suas oferendas enfeitadas com
Rosas Vermelhas.

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Agora, que tal vermos alguns pontos de exú e pomba-gira?

Pontos de Tranca-Ruas:

Ô luar! Ô luar! Ô!! luar!
Ele é o dono das ruas…
Quem cometeu as suas faltas, peça perdão à Tranca Rua…

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“Amanheceu brilhou o sol
brilhou o sol
anoiteceu brilhou a lua
vinha passando pela encruza
eu avistei seu Tranca Rua
Amanheceu
Amanheceu brilhou o sol
brilhou o sol
anoiteceu brilhou a lua
vinha passando pela encruza
eu avistei seu Tranca Rua
Fiz um pedido com fé
e o meu pedido ele atendeu
perguntei onde é sua morada
e ele assim me respondeu
Eu morri
em nazaré
moro na encruzilhada
sou tranca rua de Embaré
Eu morri
em nazaré
moro na encruzilhada
sou tranca rua de Embaré.”

---

Se ele é
Capitão da encruzilhada, ele é
Ele é
Ordenança de Ogum
Sua coroa quem lhe deu
Foi Santo Antonio
Sua djina quem lhe deu
Foi Omulu
Oi salve o céu
Salve o sol e
Salve a lua
Saravá seu Tranca Rua
Que é dono da gira
No meio da rua
Ina ele é mojubá (bis)
Saravá seu Tranca Rua
Que é dono da gira
No meio da rua

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. Exu Tiriri:
Firma o ponto
acerta o passo
para o exú tiriri
não há embaraço.(bis).

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Trabalhador da Encruzilhada
Toma conta dessa ronda no romper da madrugada
Exu Tiriri
Trabalhador da Encruzilhada
Toma conta dessa ronda no romper da madrugada

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Exu Veludo:
Ninguém pode comigo
eu posso com tudo
lá na encruzilhada
ele é exu veludo

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Pomba-Gira da Calunga:

Eu vi atravessando
Aquela rua
Uma moça bonita,
Vestidinha de chita (bis)
Mas ela era a
Pomba Gira da Calunga
Que arrebentou
Sete catacumbas (bis)

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Já mandaram me chamar
Pomba Gira vai girar
Pomba Gira da Calunga
Vem aqui pra trabalhar
A moça que está na praia
Peixinho sabe quem é
É vermelha a sua saia
Vai chegar exu mulher

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Pomba-Gira Maria Mulambo:

Foi uma rosa,
Que encontrei na encruzilhada
Foi uma rosa
Que eu plantei
No meu jardim (bis)
Maria Molambo,
Maria Mulher
Maria Padilha
Rainha do candomblé (bis)

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Olha a saia dela, re rê
É molambo só (bis)
Sua saia tem sete metros
Sete metros é molambo só (bis)

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Na família de pomba gira
Só não entra
Quem não quer (bis)
É Maria Molambo
É Maria Farrapo
É Maria Padilha
É Maria Mulher(bis)

---

Quem é essa moça
Que vem estalando
Osso por osso
É Maria Mulambo
Que mora no fundo do poço.

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Exú Caveira:

PORTÃO DE FERRO
CADEADO DE MADEIRA
QUEM MANDA NO CEMITÉRIO
É SEU EXÚ CAVEIRA


oração exu tranca rua
Faço reverência a vós mistério sagrado da criação,
Vós que SOIS a manifestação do Divino,
Peço que nesta noite possa se manifestar entre nós,
CONFORME nosso merecimento.
No seu poder, na sua força, e na sua magnitude,
Pelo caminho tripolar que emana de VÓS,
Pelo caminho que só vós conheceis,
Pela força que só a vós pertenceis,
E pelo poder de Trancar a VÓS concedido,
Eu peço:
Que as trevas que habitam em mim sejam trancadas,
Que o ódio e o sentimento impuro que emana da minha alma sejam trancados,
Que a falsidade que exala dos meus poros seja trancada,
Que o rancor e a miséria que habitam o meu coração sejam trancados,
Que a dissimulação e a superficialidade que nasce da minha língua sejam trancados,
Que o egoísmo e a maldade que transcendem da minha mente sejam trancados,
Que A palavra torta que sai da minha boca e o pensamento roto que sai da minha cabeça contra o próximo
Sejam trancados,
Que a capacidade que os meus olhos têm de amaldiçoar e destruir sejam trancados,
E assim, fonte primária da criação, assim que Trancar a tudo isso no seu âmago, pois é na vossa essência que tudo isso se desvitaliza, peço a VÓS que:

Destranque todas as portas do meu caminho,
Destranque todas as passagens da minha jornada,
Destranque toda prosperidade material e espiritual,
Destranque o meu coração das amarguras,
Destranque o meu sustento de cada dia,
Destranque os meus corpos espirituais e o meu corpo material da agonia, do desespero e da aflição que me assolam na calada da noite,
Destranque o meu emprego, o meu negócio e a minha morada material,
Destranque o martírio familiar pelo qual eu tenho passado,
Destranque os meus olhos para as maravilhas do mundo espiritual,
Destranque a minha liberdade!
Pois vós, Força Sagrada do Divino Criador, é o portador supremo da Vitalidade!

Salve Exu Tranca-Ruas!!!
Salve todos os Exus da Sagrada Umbanda!!!
Salve o Exu da minha Coroa!!!
Larôie Exu
Exu é Mojubá!!!!
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MALANDRINHO





O Malandrinho é uma das Entidades mais novas nos Terreiros de Umbanda. A origem desta falange está associada aos ‘discípulos’ de Zé Pelintra, o grande mestre do Catimbó (ritual afro-brasileiro comum no nordeste, especialmente em Pernambuco). No entanto, ele (o Malandrinho) nada tem a ver com Zé Pelintra, a não ser algumas semelhanças tais como: gosto pela boemia, os jogos, as mulheres (que tratam como rainhas) e a sabedoria de lidar com os problemas da vida e como sair deles.

As Entidades que compõe esta falange são na sua maioria, Espíritos que viveram na sua última reencarnação, situações de abandono familiar, e, não tendo como sobreviverem, fizeram da rua, a sua morada. Nela aprenderam a sobreviver e a se proteger. Alguns se tornaram ‘experts’ em jogos de azar como baralho, dados, ‘porrinha’ etc. Outros trabalharam em Cabarés, onde eram muito paparicados pelas ‘meninas’, que eles defendiam com unhas e dentes. E tem ainda aqueles que se tornaram ‘contadores de estórias’. Em troca de algumas doses de bebidas, cigarros e alguns trocados, contavam casos que tiravam da sua própria imaginação ou ainda situações que viveram.

Malandrinho é uma Entidade alegre, extrovertida, defensor dos mais fracos e principalmente dos desregrados. À esses, ensina que malandragem não é vadiagem. E sim, a arte de saber viver com ética e responsabilidade: O que se faz, deve fazer bem feito, caso contrário, vai pagar pelo erro. Não gosta de enganar as pessoas de bom coração. Mas com aquelas que se julgam muito espertas, ele ta sempre dando uma ‘rasteira’. Gosta de ouvir os problemas das pessoas que o procuram. Apesar de sua aparência jocosa, está sempre voltado à prática da caridade e da evolução espiritual de seus médiuns.

Em suas incorporações gosta de roupas leves e sem formalidades. As camisas estão sempre pra fora da calça. Se usar gravata, vai estar sempre com o nó afrouxado. Ou seja: ele gosta de se sentir livre para dançar e cantar em suas incorporações. As cores das roupas são sempre em tons fortes ou estampadas. Sua bebida geralmente é a cachaça. Mas vemos em alguns Terreiros de Umbanda, Malandrinho bebendo cerveja ou batidas de limão (limãozinho). Está sempre descalço, pois gosta de sentir o chão que pisa.

Sua comida predileta é a farofa com lingüiça e carne-seca assada na brasa ou frita. Existem ainda aqueles que apreciam na farofa, ovos mexidos.

As cores da sua ‘guia’ são o preto e o vermelho.

Usa charutos ou cigarros.

O baralho está sempre presente nos trabalhos do Malandrinho.



Uma reza de Umbanda para o Malandrinho:



“Quem disse que a rua não é lugar bom

Não conhece Malandrinho e nem o seu coração.

Moço da esquina e da ladeira

Com ele eu subo e não desço

Com ele firmo o passo

E alcanço.

Na rua deixo minha oferenda

Pra quem nela sabe morar

Malandrinho é morador antigo

E só cobra de quem tem pra pagar.

Quem diz que de tudo sabe

Muito ainda tem que aprender

Eu como sou aprendiz

Peço a Malandrinho pra me valer.” (faça o pedido) 



Axé !

" Exu, princípio de todas as coisas

Senhor do poder da transformação

Orixá dos caminhos cruzados

Dos encontros, dos desencontros

Deus do prazer, da festa, da alegria

do sexo, do amor

Exu, tu que da vida és a vida

Venha a nós e nos ensina a viver

Viver bem é cultuar Exu

Cultuar Exu é exaltar o homem

Exaltar a terra, o fogo

É cultuar o princípio da criação

A força da vida, o axé, Exu.

Laroiê!


Oferenda para atrair a vibração deste Orixá: Coloque dentro de um alguidar, um pedaço de papel escrito com seus pedidos. Por cima coloque: 1 acaçá (bolinho feito com fubá, água e cachaça). Uma cebola inteira descascada. Um búzio. Uma moeda corrente. Uma folha de Urtiga branca. Sete folhas de fedegoso. Uma folha de comigo ninguém pode. Um ovo inteiro cru. Um olho de boi. Uma fava de Exu. Regue tudo com azeite de dendê e mel.

" Que Exu garanta para você e todos a quem ama, uma semana de muitas alegrias! "
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Exus
Os compadres. Assim são carinhosamente chamados.
Talvez por sua semelhança com nós, os encarnados, estas entidades transmitam uma imagem de companheiros, de amigos dos mais chegados.

Os Exus nas Giras de Umbanda apreciam uma boa bebida, um bom fumo, e uma conversa regada a boas gargalhadas. Se deliciam com uma penosa (frango assado) e uma boa farofa no dendê.

Conversam com seus consulentes com igualdade, são atualizados, pois nos acompanham lado-a-lado. Por esse motivo têm a facilidade de resolver os assuntos "urgentes", coisas que necessitam de solução imediata.

Na umbanda, os Exus trabalham em busca da evolução e da prática do bem, portanto ao contrário dos mitos envolto ao "Diabo" ou "Demônio", os Compadres trabalham para resolver os assuntos imediatos, mas nunca prejudicando alguém.

Sto Antônio é tido como patrono dos Exus.
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E X Ú – O Mensageiro dos Orixás
Exú é sem dúvidas a figura mais controvertida dos cultos afro-brasileiros e também a mais conhecida e comentada. Há antes de mais nada, a discussão de que Exú seria um Orixá ou apenas uma entidade diferente, que ficaria entre a classificação de orixá e ser humano. Sem dúvidas ele trafega tanto pelo mundo material (ayé) onde habitam os seres humanos e todas as figuras vivas que conhecemos, como pela região do sobrenatural (orum), onde trafegam os orixás, entidades afins e almas dos mortos. Não existe culto (seja na Umbanda ou nas nações do Candomblé) onde não se faça necessária a presença do Orixá Exú. É ele que inicia todo processo espiritual de contato com os Deuses do Panteão Africano. É o primeiro orixá a ser louvado em qualquer culto afro-brasileiro, pois depende dele a permissão para que se possa fazer o contato necessário com o mundo espiritual. Exú é o telefone que liga os planos material (ayé) ao plano espiritual (orum), e da mesma forma que faz essa comunicação, Exú também tem o poder de interromper a mesma, causando várias vezes dificuldades de incorporação e problemas de ordem espiritual. Por isso, a grande maioria dos Zeladores do Santo prega a seriedade e a ordem no início dos cultos quando se louva a Exú. Embora culturalmente seja muito falado e confundido por vezes com forças malignas ou negras, Exú é alta patente dentro do mundo dos Orixás, recebendo “status” de alta autoridade. Orixá quase sempre sem noção do poder que possui, Exú é freqüentemente lembrado em lendas onde desafia orixás e algumas vezes torna-se vencedor. Esse poder foi traduzido mitologicamente no fato de Exú habitar as encruzilhadas, passagens, os diferentes e vários cruzamentos entre caminhos e rotas, e ser o senhor das porteiras, portas, entradas e saídas. Isso não entra em contradição com o fato de Ogum, o orixá da guerra, ser considerado o senhor dos caminhos. Além da grande afinidade entre as duas figuras míticas (que são irmãos de acordo com as lendas), Ogum é o responsável pelo desbravamento, pelo desmatar e o criar de novos caminhos, pela expansão imperialista do reino, enquanto Exú é o senhor da força (axé) que percorre os caminhos. Da onde vem a ligação de Exú a um suposto “Diabo” ? Como os africanos não podiam cultuar seus deuses em liberdade, mascaravam a prática em cultos católicos, como se tivessem se convertido a religião dominante, para escapar dos castigos. Aproveitando que alguns jesuítas tentaram usar o conjunto de mitos africanos moldando-o na medida do possível às configurações católicas para apressar o aculturamento, os negros faziam completos cultos de candomblé, mas colocavam figuras de santos católicos nos altares, sob os quais ficavam os assentamentos verdadeiros dos orixás que tinham trazido da África ( onde surgiram os sincretismos com os Santos da Igreja Católica – para os Africanos Ogum era o Deus da guerra e viram em São Jorge a figura de um guerreiro que se encaixava no perfil da divindade africana). Como precisavam de um Diabo, os jesuítas encontraram na figura de Exú o orixá que poderia, meio forçadamente, vestir a roupa, provavelmente porque, sendo o mais humano dos orixás, a ele se pedia interferência nas questões mais mundanas e práticas, o que resulta que a maior parte das oferendas do culto vá para ele. Exatamente por isso, Exú era a divindade que protegia, na medida do possível os negros dos repressivos senhores. Os pratos de comida oferecidos ritualisticamente (ebós) para Exú eram deixados nas encruzilhadas próxima a casa grande e constituíam a parte visível do ressentimento dos negros. Era para Exú que pediam desgraças para seus senhores. Numa circunstância de luta, aquele que pratica o bem para um (atacando o outro) também pode ser visto, pela ótica do antagonista, como o que faz o mal. Assim , os senhores de engenho viram em Exú o Demônio que os negros lançavam contra eles. Dois outros fatores associam Exú ao Demônio: o fogo, elemento do Diabo e também freqüente nos cultos e oferendas para o mensageiro dos orixás africanos; e o sexo, território considerado tabu pelos católicos, e o prazer – em geral, as atividades preferidas de Exú. É Exú quem está presente no ato da fecundação, no exato momento da criação do ser humano ( Exú tem as égides no ato da fecundação, passa para Oxum que conduz toda a gestação, esta por sua vez passa para Nanã no ato do nascimento para que esta peça a Oxalá a autorização para a nova vida, após o nascimento a responsabilidade é do Orixá que tomará conta daquela ori (cabeça) pelo resto da sua existência juntamente com Yemanjá, por ser esta a responsável pelo constante aprimoramento do ser humano.

O Arquétipo dos seus filhos

Embora muitas pessoas tragam em seus oris a energia do Orixá Exú, dificilmente é sabido do médium que ele é filho do Grande Senhor das Encruzilhadas. Na grande maioria das vezes os (as) Zeladores (as), não dão como Orixá de cabeça o Senhor Exú, geralmente é dada na cabeça dos filhos deste Orixá o Eledá (primeiro santo) de Ogum. Troca quase sempre aceita, já que Exú e Ogum são irmãos. São pessoas intempestivas, de certa forma nervosas, gostam de festas e brincadeiras. Assim como seu Orixá, não aceitam certos desrespeitos e quando enfurecidos, partem para uma vingança sem piedade. São amantes fulgorosos, e carregam em si a responsabilidade de servir as pessoas, nunca se importando em serem pagos por isso.

O Culto ao Orixá

Exú é sempre cultuado por qualquer iniciado das nações africanistas e mesmo por meros simpatizantes que procuram um babalorixá para a resolução de problemas práticos, como relacionamentos amorosos, brigas, disputas profissionais, vendas complicadas, etc. Cada ser humano tem seu próprio Exú, assim como tem um orixá de cabeça e um segundo orixá, o ajuntó. Todo terreiro também tem seu Exú protetor, que zela pela segurança da casa ou terreiro (ilê) , contra males encarnados ou desencarnados. Segundo a tradição iorubana, cada orixá tem seu próprio Exú, que funciona como seu servo, possibilitando o contato entre as diferentes divindades. Seu dia de culto é as segundas-feiras (certas falanges trazem a Sexta-feira como dia de culto), suas cores são o preto e vermelho (cores como amarelo, branco ou roxo, indicam a falange e a área de atuação daquele Exú), sua saudação é Laroiê!!. Sua comida ritualística é a farofa de dendê (farinha de mesa misturada ao azeite de dendê), os animais mais freqüentemente sacrificados a este orixá são os frangos pretos, galinhas d’angola e bodes, seus pais são Yemanjá e Oxalá, sua função é a comunicação entre os planos astral e material, seus domínios são as porteiras e encruzilhadas, e seu instrumento de atuação é o ogô ou insígnia. Dentre os exús mais conhecidos podemos citar: Exú Tranca Ruas, Exú Veludo, Exú Tiriri, Exú Caveira, Exú Tata Caveira, Exú Pinga Fogo, Exú Marabô, Exú Pantera Negra, Exú Lalu, Exú Mangueira, Exú Morcego, Exú Mulambo, entre outros. Entre as pomba-giras mais conhecidas podemos citar: Maria Padilha, Maria Mulambo, Maria Figueira, Rosa Caveira entre outras.

A linha de Exus, é outra linha independente, assim como Ibeji, engloba-se no plano número 1 da Umbanda, através do qual tem se acesso aos planos positivos, por mérito e evolução, conseguidos através do trabalho de sapa.
Exú é a Polícia de Choque da Umbanda, é quem cobra na hora e também é quem tem maior ligação com os seres encarnados. Existem três tipos de Exu, à saber:
EXU PAGÃO
EXU BATIZADO
EXU COROADO
EXU PAGÃO: é aquele que não sabe distinguir o Bem do Mal, trabalha para quem pagar mais. Não é confiável, pois se pego, é castigado pelas falanges do Bem, então volta-se contra quem o mandou.
EXU BATIZADO: é todo aquele que já conhece o Bem e o Mal, praticando os dois conscientemente; são os capangueiros ou empregados das entidades, à cujo serviço evoluem na prática do bem, porém conservando suas forças de cobrança.
EXU COROADO: é aquele que após grande evolução como empregado das Entidades do Bem, recebem por mérito, a permissão de se apresentarem como elementos das linhas positivas, Caboclos, Pretos Velhos, Crianças, Oguns, Xangôs e até como Senhoras.
Elemento e força da natureza: fogo
Dia da semana: segunda-feira
Chakra atuante: básico ou sacro
Planeta regente: Saturno e Plutão
Nota musical: dó
Cor vibratória: vermelho (totalmente), variando a tonalidade de acordo com sua evolução
Cor representativa: vermelho e preto, branco e preto, preto e amarelo (vide nota especial no final do capítulo *)
Cor do colar (guia): vermelho e preto, branco e preto, preto e amarelo, como acima
Saudação: Aruê-Exu, Arô-Exu ou Laroiê-Exu
Negativo: Quiumbas
Amalá: carne de porco ou de boi crua, cabrito, galinha preta, farofa com azeite de dendê, pimenta da costa, pipoca sem sal e sem açúcar, banana d'água
Otí: cachaça para os machos e champanhe ou anis para as fêmeas
Local de entregas: encruzilhadas, cemitérios, praias, lodo, pedreiras, etc.
Na representação dos pontos riscados, Exu pode utilizar três tipos de identificação de acordo com a sua evolução, a saber:
ENCRUZILHADAS
As encruzilhadas da figura acima, são utilizadas para a entrega de agrados ou descargas, na forma seguinte:
Encruzilhadas abertas: para todos Exus (indistintamente)
Encruzilhadas fechadas: para todos os Exus (indistintamente)
Porteira de Curral: Exu das Sete Porteiras
Encruzilhadas Mistas: Exus mirins, etc...
Encruzilhadas em "S" ou curvas: Exu Tira-teima
Encruzilhadas em pé de galinha: Dona Pomba-gira
Encruzilhadas de estrada de ferro: Dona Maria Padilha
Encruzilhadas de caminho do mato: Dona Maria Molambo
NOTA: Nas curvas em S nunca se caminha pelo lado do ângulo da curva. Nunca se deve atravessar as encruzilhadas em diagonal, principalmente as de dentro do cemitério. Ao utilizar-se uma porteira de curral, entra-se pelo lado direito e sai-se pelo esquerdo.
Nota especial da cor representativa e dos colares (guias) *
Vermelho e preto: para todos os EXUS de encruzilhadas.
Preto e branco: Para todos EXUS com chefia, independente do local a que pertença.
Preto e amarelo: Exclusivas para os EXUS da Calunga Pequena (cemitério)
EBÓ
O Ebó é o descarte das coisas desnecessárias.
Exemplo: restos de matanças, restos de amalás, ageuns, ervas, cêra, etc.
Exus femininos são conhecidos como Pomba-gira ou Bombogiras.
REPRESENTAÇÃO DOS EXUS ENTRE AS LINHAS DE UMBANDA
LINHA DE OXALÁ
7 - Exu Sete Encruzilhadas  Comando negativo da linha
6 - Exu Sete Pembas Representante negativo na linha das Senhoras
5 - Exu Sete Ventanias         Representante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu Sete Poeiras Representante negativo na linha de Xangô
3 - Exu Sete Chaves  Representante negativo na linha de Ogum
2 - Exu Sete Capas    Representante negativo na linha de Oxóssi
1 - Exu Sete Cruzes da Calunga      Representante negativo na linha das Almas

LINHA DAS SENHORAS
7 - Exu Maré  Representante negativo na linha de Oxalá
6 - Dona Pomba-gira           Comando negativo da linha
5 - Exu Má-canjira    Representante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu Carangóla     Representante negativo na linha de Xangô
3 - Exu Naguê           Representante negativo na linha de Ogum
2 - Dona Maria Mulambo    Representante negativo na linha de Oxóssi
1 - Dona Maria Padilha        Representante negativo na linha das Almas

LINHA DE IBEJI
7 - Exu Veludinho da Meia-noite    Representante negativo na linha de Oxalá
6 - Exu Manguinho   Representante negativo na linha de Senhoras
5 - Exu Tiriri  Comando negativo da linha
4 - Exu Lalú   Representante negativo na linha de Xangô
3 - Exu Toquinho     Representante negativo na linha de Ogum
2 - Exu Mirim            Representante negativo na linha de Oxoce
1 - Exu Ganga            Representante negativo na linha das Almas

LINHA DE XANGÔ
7 - Exu Pedreira       Representante negativo na linha de Oxalá
6 - Exu Calunga         Representante negativo na linha das Senhoras
5 - Exu Corcunda      Representante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu Gira Mundo  Comando negativo da linha
3 - Exu Meia-noite    Representante negativo na linha de Ogum
2 - Exu Mangueira    Representante negativo na linha de Oxoce
1 - Exu Ventania       Representante negativo na linha das Almas

LINHA DE OGUM
7 - Exu Tira-teimas   Representante negativo na linha de Oxalá
6 - Exu Tira-toco      Representante negativo na linha das Senhoras
5 - Exu Limpa-trilhos           Representante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu Tranca-gira  Representante negativo na linha de Xangô
3 - Exu Tranca-ruas Comando negativo da linha
2 - Exu Veludo          Representante negativo na linha de Oxóssi
1 - Exu Porteira        Representante negativo na linha das Almas

LINHA DE OXÓSSI
7 - Exu da Campina  Representante negativo na linha de Oxalá
6 - Exu Bauru            Representante negativo na linha das Senhoras
5 - Exu Lonan           Representante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu Capa Preta    Representante negativo na linha de Xangô
3 - Exu Pemba           Representante negativo na linha de Ogum
2 - Exu Marabô         Comando negativo da linha
1 - Exu das Matas     Representante negativo na linha das Almas

LINHA DAS ALMAS
7 - Exu Pinga-fogo    Representante negativo na linha de Oxalá
6 - Exu Alebá Representante negativo na linha das Senhoras
5 - Exu Bára  Representante negativo na linha de Ibeji
4 - Exu Come-fogo    Representante negativo na linha de Xangô
3 - Exu do Lodo        Representante negativo na linha de Ogum
2 - Exu Brasa Representante negativo na linha de Oxóssi
1 - Exu Caveira         Comando negativo da linha

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