segunda-feira, 22 de abril de 2013

POLÍCIA FEDERAL ABRE INQUÉRITO
PARA INVESTIGAR DENÚNCIA DE VALÉRIO.

Apuração vai se concentrar em suposto repasse de telefônica ao PT. Segundo operador do mensalão, Lula deu aval para transferir US$ 7 mi.  A Polícia Federal instaurou inquérito criminal para apurar um dos fatos descritos em depoimento em que o operador do mensalão, Marcos Valério, acusou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de ter conhecimento e ter se beneficiado do esquema. A Procuradoria da República no Distrito Federal fez a solicitação de abertura de inquérito na última quinta-feira (4). A PF tem 30 dias prorrogáveis por mais 30 para finalizar a investigação. O inquérito deriva de um dos seis procedimentos preliminares abertos a partir do depoimento de Valério à Procuradoria Geral da República em setembro do ano passado, feito em meio ao julgamento do caso. Segundo a Procuradoria da República no DF, a nova investigação vai se debruçar sobre um suposto repasse de US$ 7 milhões de uma fornecedora da Portugal Telecom em Macau (China) para o Partido dos Trabalhadores (PT), por meio de contas no exterior. A Portugal Telecom não chegou a ser investigada no processo do mensalão, mas viagens e encontros entre alguns dos condenados na ação e executivos da empresa à época do esquema foram usados como prova para a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). A Procuradoria da República do DF, no entanto, não especificou quem será investigado neste novo inquérito, que não está vinculado formalmente ao processo do mensalão que corre no STF, no qual 25 foram condenador pelo esquema de compra de votos no Congresso nos primeiros anos do governo Lula.

ACUSAÇÕES:
Após o depoimento de Valério, no dia 24 setembro, o jornal "O Estado de S. Paulo" publicou trechos das declarações. O jornal informou que, segundo Valério, o repasse foi negociado numa reunião que fez com Lula, os ex-ministros José Dirceu (Casa Civil) e Antonio Palocci (Fazenda), e com o então presidente da Portugal Telecom, Miguel Horta, no próprio Palácio do Planalto.
Após a divulgação do teor do depoimento, Lula classificou as declarações como mentirosas; Palocci disse, por meio de sua assessoria, que os fatos relatados por Valério "jamais existiram". Miguel Horta declarou, por meio de nota, que ele não teve “qualquer ligação” com o processo do mensalão.
No dia do depoimento, o STF já havia condenado Valério a mais de 40 anos de prisão, pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas na ação do mensalão. Dirceu só seria condenado posteriormente, a 10 anos de prisão, por corrupção ativa e quadrilha. Lula sequer foi denunciado e sempre negou qualquer envolvimento.
No mesmo depoimento, Valério também disse que Lula deu aval a empréstimos dos bancos Rural e BMG para o PT, dinheiro que teria sido usado para comprar votos. Afirmou ainda que dinheiro do esquema pagou despesas pessoais do ex-presidente.
Na época do depoimento, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse que Valério era um "jogador". Naquele mês, em troca do novo depoimento e de mais informações sobre o esquema de desvio de dinheiro público para o PT, Valério pretendia obter proteção e redução de sua pena. As declarações de Valério estão em 13 páginas.

PT:
O presidente do PT, Rui Falcão, disse nesta sexta-feira (12) que o partido não deverá  emitir nota sobre a decisão da Procuradoria Geral da República de investigar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.  Falcão falou a jornalistas durante reunião do diretório nacional do PT, na região central de São Paulo da qual participaram o ex-ministro José Dirceu e o deputado federal José Genoino.
"Pelo que entendi do noticiário a investigação é sobre se a campanha do presidente Lula teve utilização de caixa dois", disse Falcão.
"Nós já nos posicionamos. É mais uma das muitas invencionices que se cria tentando atingir o presidente Lula cujo único crime, entre aspas, foi melhorar a vida de milhões de brasileiros. Não há nenhuma necessidade de a gente soltar nota de solidariedade até porque não acho que ele esteja agravado e nem investigado pessoalmente", disse Falcão.

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