terça-feira, 7 de abril de 2015

CONSELHEIRO DA PETROBRAS DIZ QUE
GOVERNO É INCAPAZ DE TIRAR ESTATAL DA ATUAL CRISE


Em carta a acionistas, Mauro Cunha anunciou que não vai se candidatar à reeleição na assembleia Geral ordinária

RIO - Além das dificuldades enfrentadas em razão dos escândalos de corrupção revelados pela Operação Lava-Jato, a Petrobras tenta driblar os entraves na escolha de integrantes de seu Conselho de Administração.
Em carta enviada aos acionistas no último dia 30, Mauro Cunha, que representa os minoritários, anunciou que não pretende se candidatar a um novo mandato e criticou a atuação do governo.
No texto, ele citou “frustração pessoal com a incapacidade do acionista controlador em agir com o devido grau de urgência para a reversão dos inúmeros problemas que trouxeram a Petrobras à sua situação atual”.
E afirma que isso ficou ainda mais evidente com as propostas à Assembleia Geral Ordinária de 2015.
O conselheiro encerra a carta com votos de que acionistas e trabalhadores “defendam a Petrobras dos abusos cometidos contra a companhia”.
Cunha estaria contrariado com as medidas que o governo tem adotado até agora para superar a crise da estatal.
Uma delas seria a nomeação do presidente da Vale, Murilo Ferreira, para presidir o Conselho de Administração da Petrobras, por considerar que há um conflito de interesses devido aos negócios entre as empresas.
O executivo está no Conselho de Administração desde 2013.
Ele ocupa uma das três vagas que não são indicadas pelo governo, que é o acionista controlador.
As outras duas são ocupadas por José Monforte, que representa os acionistas donos de ações preferenciais (sem direito a voto), e Silvio Sinedino, representante dos trabalhadores.
Os três têm sido as vozes discordantes na maior parte das reuniões do conselho.
Em transmissão no YouTube, Sinedino criticou a escolha do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, para a presidência interina do conselho, e de Ferreira, citando a existência de conflito de interesse.
A votação do nome de Ferreira deve ocorrer na reunião do dia 29 deste mês.
Sinedino acrescentou ainda que a BR Distribuidora não está entre os ativos que a empresa pretende vender.


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