FORO DE SÃO PAULO
O MÍNIMO QUE VOCÊ PRECISA SABER.
Conspiração é o Foro que te pariu! - O mínimo que você
precisa saber sobre o Foro de São Paulo
Escrito por Felipe Moura Brasil | 28 Junho 2013
Fundado em 1990 por Lula e Fidel Castro, por ideia de
Lula, como ele mesmo revelou em maio de 2011 [ver Vídeo 3] —, o “Foro de São
Paulo é a mais vasta organização política que já existiu na América Latina e,
sem dúvida, uma das maiores do mundo. Dele participam todos os governantes
esquerdistas do continente. Mas não é uma organização de esquerda como outra
qualquer. Ele reúne mais de uma centena de partidos legais e várias
organizações criminosas ligadas ao narcotráfico e à indústria dos sequestros,
como as Farc e o MIR chileno, todas empenhadas numa articulação estratégica
comum e na busca de vantagens mútuas. Nunca se viu, no mundo, em escala tão
gigantesca, uma convivência tão íntima, tão persistente, tão organizada e tão
duradoura entre a política e o crime”, como escreveu o filósofo Olavo de
Carvalho em 2007.
Por quase duas décadas, a imprensa brasileira ignorou —
para não dizer escondeu — a existência do Foro de São Paulo, e quem quer que
ainda fale a respeito é acusado de "teórico da conspiração", seja por
"idiotas úteis" (como Lenin se referia a seus colaboradores
inconscientes), seja por militantes cínicos, de modo que, se não há mesmo cura
para os segundos, os primeiros ao menos, diante das provas aqui reunidas,
precisarão escolher se serão tão cínicos quanto eles, ou se finalmente
admitirão a própria idiotice — etapa fundamental do seu processo de cura.
Com vocês: o Foro de São Paulo segundo ele mesmo.
I.
VÍDEO 1 - 2012 -
MENSAGEM DE LULA EM APOIO A HUGO CHÁVEZ
TRECHOS DA
MENSAGEM DE LULA:
“Em 1990, quando criamos o Foro de São Paulo, nenhum de
nós imaginava que em apenas duas décadas chegaríamos onde chegamos. Naquela
época, a esquerda só estava no poder em Cuba. Hoje, governamos um grande número
de países e, mesmo onde ainda somos oposição, os partidos do Foro têm uma
influência crescente na vida política e social. Os governos progressistas estão
mudando a face da América Latina. (...) Em tudo que fizemos até agora, que foi
muito, o Foro e os partidos do Foro tiveram um grande papel que poderá ser
ainda mais importante se soubermos manter a nossa principal característica: a
unidade na diversidade. (...) Sob a liderança de Chávez, o povo venezuelano
teve conquistas extraordinárias, as classes populares nunca foram tratadas com
tanto respeito, carinho e dignidade. (...) Tua vitória será a nossa vitória.”
II.
VÍDEO 2 - 2008 -
HUGO CHÁVEZ CONFESSA: LULA E FARC JUNTOS NO FORO DE 1995
Hugo Chávez confessa ter conhecido o presidente Lula e um
dos então comandantes das Farc Raúl Reyes — cuja eliminação pelo Exército
colombiano no nordeste do Equador ele lamenta e furiosamente critica — na
reunião do Foro de São Paulo de 1995, em San Salvador, capital de El Salvador,
na América Central:
“Recebi o convite para assistir, em 1995, ao Foro de São
Paulo, que se instalou naquele ano em San Salvador. (...) Naquela ocasião
conheci Lula, entre outros. E chegou alguém ao meu posto na reunião, a uma mesa
de trabalho onde estávamos em grupo conversando, e lembro que colocou sua mão
aqui [no ombro esquerdo] e disse: ‘Cara, quero conversar com você.’ E eu lhe
disse: ‘Quem é você?’ ‘Raúl Reyes, um dos comandantes das Forças Armadas
Revolucionárias da Colômbia.’ Nós nos reunimos nesta noite, em algum bairro
humilde lá de El Salvador. (...) E então se abriu um canal de comunicação e ele
veio aqui (...) e conversamos horas e horas. Depois, em uma terceira e última
ocasião, passou por aqui também.”
III.
FARC & PT, SEGUNDO RAÚL REYES
Em entrevista à Folha de S. Paulo de 27 de agosto de
2003, Raúl Reyes dera, entre outras, as seguintes declarações:
Folha — O sr. conheceu Lula?
Reyes — Sim, não me recordo exatamente em que ano, foi em
San Salvador, em um dos Foros de São Paulo.
Folha — Houve uma conversa?
Reyes — Sim, ficamos encarregados de presidir o encontro.
Desde então, nos encontramos em locais diferentes e mantivemos contato até
recentemente. Quando ele se tornou presidente, não pudemos mais falar com ele.
Folha — Qual foi a última vez que o sr. falou com ele?
Reyes — Não me lembro exatamente. Faz uns três anos.
Folha — Fora do governo, quais são os contatos das Farc
no Brasil?
Reyes — As Farc têm contatos não apenas no Brasil com
distintas forças políticas e governos, partidos e movimentos sociais...
Folha — O senhor pode nomear as mais importantes?
Reyes — Bem, o PT, e, claro, dentro do PT há uma
quantidade de forças; os sem-terra, os sem-teto, os estudantes, sindicalistas,
intelectuais, sacerdotes, historiadores, jornalistas...
Folha — Quais intelectuais?
Reyes — [O sociólogo] Emir Sader, frei Betto [assessor
especial de Lula] e muitos outros.”
IV.
A MENTIRA DE VALTER
POMAR SOBRE FARC E FORO
Em 18 de agosto de 2010, saiu no Estadão Online:
"O secretário executivo do Foro de São Paulo, Valter
Pomar, do Partido dos Trabalhadores (PT), negou hoje (18) qualquer vínculo
desse grupo de partidos da esquerda e da centro-esquerda latino-americanas,
criado em 1990, com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). 'As
Farc não participam e nunca participaram do Foro de São Paulo', disse Pomar, em
entrevista a correspondentes brasileiros em Buenos Aires, onde se realiza o
16.º encontro da organização.
A Agência Estado insistiu na indagação sobre se nem em
1990, ano da criação do grupo pelo PT, na capital paulista, houve a
participação no Foro de algum partido político ligado às Farc. 'Eu estava lá.
Não participou nem como um setor de partido', afirmou. Segundo ele, todos os
representantes da Colômbia que participam das reuniões do Foro pertencem a
organizações e partidos legais. O secretário executivo do Foro disse que esse
assunto voltou à tona por causa da declaração do candidato a vice-presidente na
chapa do tucano José Serra, Indio da Costa (DEM), sobre a ligação entre PT e
Farc."
OLAVO DE CARVALHO
ESCREVEU NA OCASIÃO:
“Quer dizer então, ó figura, que o Raúl Reyes mentiu ao
dizer que presidira a uma assembleia do Foro ao lado de Lula? Quer dizer que o
Hugo Chávez estava delirando ao dizer que conhecera Raúl Reyes e Lula numa
reunião do Foro? Quer dizer que o expediente da revista América Libre é todo
falsificado? Quer dizer que as atas do Foro foram inventadas por mim, que ainda
tive o requinte de escrevê-las em espanhol? Ora, vá lamber sabão.”
V.
DISCURSO DE LULA
DE 2 DE JULHO DE 2005 - 15 ANOS DE FORO
Pronunciado na celebração dos 15 anos de existência do
Foro de São Paulo e reproduzido no site oficial do governo, de onde depois
seria retirado, ficando acessível apenas nos blogs que o reproduziram, este
discurso é, segundo Olavo de Carvalho, "a confissão explícita de uma
conspiração contra a soberania nacional, crime infinitamente mais grave do que
todos os delitos de corrupção praticados e acobertados pelo atual governo;
crime que, por si, justificaria não só o impeachment como também a prisão do
seu autor":
“Em função da existência do Foro de São Paulo, o
companheiro Marco Aurélio [Garcia] tem exercido uma função extraordinária nesse
trabalho de consolidação daquilo que começamos em 1990... Foi assim que nós, em
janeiro de 2003, propusemos ao nosso companheiro, presidente Chávez, a criação
do Grupo de Amigos para encontrar uma solução tranquila que, graças a Deus,
aconteceu na Venezuela. E só foi possível graças a uma ação política de
companheiros. Não era uma ação política de um estado com outro estado, ou de um
presidente com outro presidente. Quem está lembrado, o Chávez participou de um
dos foros que fizemos em Havana. E graças a essa relação foi possível
construirmos, com muitas divergências políticas, a consolidação do que
aconteceu na Venezuela, com o referendo que consagrou o Chávez como presidente
da Venezuela.
Foi assim que nós pudemos atuar junto a outros países com
os nossos companheiros do movimento social, dos partidos daqueles países, do
movimento sindical, sempre utilizando a relação construída no Foro de São Paulo
para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem
qualquer interferência política.”
Olavo de Carvalho escreveu na ocasião:
"(...) O sr. presidente confessa, em suma, que
submeteu o país a decisões tomadas por estrangeiros, reunidos em assembleias de
uma entidade cujas ações o povo brasileiro não devia conhecer nem muito menos
entender.
Não poderia ser mais patente a humilhação ativa da
soberania nacional, principalmente quando se sabe que entre as entidades
participantes dessas reuniões decisórias constam organizações como o MIR
chileno, sequestrador de brasileiros, e as Farc, narcoguerrilha colombiana,
responsável, segundo seu parceiro Fernandinho Beira-Mar, pela injeção de
duzentas toneladas anuais de cocaína no mercado nacional. (...)"
VI.
PT/FARC/FORO -
SEQUÊNCIA DE FATOS
Em 24 de setembro de 2007, Olavo de Carvalho publicou o
artigo "O perigo sou eu", no qual pede mais uma vez ao leitor — já o
tinha feito em "Relendo notícias", de 2003 — a gentileza de examinar
brevemente esta sequência de fatos:
"• Abril de 2001: O traficante Fernandinho-Beira Mar
confessa que compra e injeta no mercado brasileiro, anualmente, duzentas
toneladas de cocaína das Farc em troca de armas contrabandeadas do Líbano.
• 7 de dezembro de 2001: O Foro de São Paulo, coordenação
do movimento comunista latino-americano, sob a presidência do sr. Luís Inácio
Lula da Silva, lança um manifesto de apoio incondicional às Farc, no qual
classifica como 'terrorismo de Estado' as ações militares do governo colombiano
contra essa organização.
• 17 de outubro de 2002: O PT, através do assessor para
assuntos internacionais da campanha eleitoral de Lula, Giancarlo Summa, afirma
em nota oficial que o partido nada tem a ver com as Farc e que o Foro de São
Paulo é apenas 'um foro de debates, e não uma estrutura de coordenação política
internacional'.
• 1º de março de 2003: O governo petista estende
oficialmente seu manto de proteção sobre as Farc, recusando-se a classificá-las
como organização terrorista conforme solicitava o presidente da Colômbia,
Álvaro Uribe.
• 24 de agosto de 2003: O comandante das Farc, Raul
Reyes, informa que o principal contato da narcoguerrilha no Brasil é o PT e,
dentro dele, Lula, Frei Betto e Emir Sader.
• 15 de março de 2005: Estoura o escândalo dos cinco
milhões de dólares das Farc que um agente dessa organização, o falso padre
Olivério Medina, afirma ter trazido para a campanha eleitoral do sr. Luís
Inácio Lula da Silva. O assunto é investigado superficialmente e logo
desaparece do noticiário.
• 2 de julho de 2005: Discursando no 15º. Aniversário do
Foro de São Paulo, o sr. Luís Inácio Lula da Silva entra em contradição com a
nota de 17 de outubro de 2002, confessando que o Foro é uma entidade secreta,
'construída para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as
pessoas entendessem qualquer interferência política', que essa entidade
interferiu ativamente no plebiscito venezuelano e que ali, em segredo, ele
próprio tomou decisões de governo junto com Chávez, Fidel Castro e outros
líderes esquerdistas, sem dar ciência disto ao Parlamento ou à opinião pública.
• 9 de abril de 2006: O chefe da Delegacia de
Entorpecentes da PF do Rio, Vítor Santos, informa ao jornal O Dia que “dezoito
traficantes da facção criminosa Comando Vermelho — entre eles pelo menos um da
Favela do Jacarezinho e outro do Morro da Mangueira — vão periodicamente à
fronteira do Brasil com a Colômbia para comprar cocaína diretamente com
guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Os
bandidos são alvo de investigação da Polícia Federal. Eles ocuparam o espaço
que já foi exclusivo de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar”.
• 12 de maio de 2006: O PCC em São Paulo lança ataques
que espalham o terror entre a população. Em 27 de dezembro é a vez do Comando
Vermelho fazer o mesmo no Rio de Janeiro.
• 18 de julho de 2006: O Supremo Tribunal Federal, sob a
pressão de um vasto movimento político orquestrado pelo PT, concede asilo
político ao falso padre Olivério Medina, agente das Farc.
• 16 de maio de 2007: O juiz Odilon de Oliveira, de
Ponta-Porã, divulga provas de que as Farc atuam no território nacional
treinando bandidos do PCC e do Comando Vermelho em técnicas de guerrilha
urbana.
• 12 de fevereiro de 2007: As Farc fazem os maiores
elogios ao PT por ter salvo da extinção o movimento comunista latino-americano
por meio da fundação do Foro de São Paulo.
• Agosto de 2007: Nos vídeos preparatórios ao seu 3º.
Congresso, o PT admite que seu objetivo é eliminar o capitalismo e implantar no
Brasil um regime socialista; e fornece ainda um segundo desmentido à nota de
Giancarlo Summa, ao confessar que o Foro de São Paulo é 'um espaço de
articulação estratégica' (sic).
• 19 de setembro de 2007: Lula oferece o território
brasileiro como sede para um encontro entre Hugo Chávez e os comandantes das
Farc.
Entre esses fatos ocorreram outros inumeráveis cuja data
não recordo precisamente no momento, entre os quais o fornecimento maciço de
armas às Farc pelo governo Hugo Chávez, uma campanha nacional de mídia para
desmoralizar o analista estratégico americano Constantine Menges que divulgava
a existência de um eixo Lula-Castro-Chávez-Farc, os tiroteios entre
guerrilheiros das Farc e soldados do Exército brasileiro na Amazônia, as
denúncias de que as Farc davam treinamento em guerrilha urbana aos
militantes do MST e, é claro, várias assembléias gerais e
reuniões de grupos de trabalho do Foro de São Paulo.
A existência de uma ligação profunda, constante e
solidária entre o PT e as Farc é um fato tão bem comprovado, que quem quer que
insista em negá-la só pode ser parte interessada na manutenção do segredo ou
então um mentecapto incurável. (...)"
VII.
VÍDEO 3 - DISCURSO
DE LULA DE 2011 - 17ª REUNIÃO DO FORO
ASSISTIR O VIDEO: https://www.youtube.com/watch?v=y1456joMic4
Trechos do discurso de Lula, em que ele lembra de quando
teve a ideia do Foro e do dia em que conheceu Fidel Castro, admite que Chávez
tentou um golpe na Venezuela, e mostra como os participantes da entidade foram
conquistando o poder em toda a América Latina, país por país (além, é claro, de
soltar todas as suas bravatas eleitoreiras):
"(...) Querido companheiro Daniel Ortega, presidente
da Nicarágua, e sua companheira Rosario [Murillo]; querido companheiro
[Ricardo] Alarcón [de Quesada], representando aqui o extraordinário povo
cubano; querido companheiro [Nicolás] Maduro, chanceler da Venezuela, queridos
companheiros latino-americanos e convidados para essa 17ª reunião do Foro de
São Paulo.
Eu tenho sempre a preocupação, querido [José Manuel]
Zelaya, de participar desses Foros e falar em português. [Trecho inaudível...]
não entende nada do que 'yo hablo'. [Risos.] Eu tenho um tradutor que é um
cubano naturalizado brasileiro. Se precisar o tradutor pode traduzir para que
todo mundo entenda o que estou “hablando”. Se entende... Bom, se não entender,
eu não tenho culpa.
Eu queria dizer a todos vocês que eu tô emocionado porque
faz muito tempo que eu não participo de uma reunião do Foro de São Paulo.
Parece que a última foi no Bar Latino em São Paulo em 2005, mas muito de
passagem. E eu lembro quando tivemos a ideia de construir o Foro de São Paulo.
Em 1985, eu fiz uma entrevista para um jornal brasileiro, e eu dizia que não
era possível um metalúrgico chegar à presidência pelo voto e disputando
democraticamente uma eleição. Quatro anos depois, eu fui à primeira disputa
presidencial, fui para a segunda volta [turno], e terminei as eleições com 47%
dos votos. O PT saiu muito fortalecido daquela eleição. Os partidos de esquerda
que estão aqui, brasileiros — não sei se estão todos, mas o PCdoB, o PSB, não
sei se estão... o PDT — que estiveram juntos comigo, todos nós saímos muito
fortalecidos.
E aí então veio a ideia, conversando com os companheiros
cubanos num primeiro momento, de fazermos uma reunião da esquerda
latino-americana. E fizemos em São Paulo, no Hotel Danúbio que já não existe
mais, em junho de 1990, a nossa primeira reunião. Havia, meu querido Maduro,
tantos partidos de esquerda na América Latina e tantas divergências, que só da Argentina
compareceram 13 partidos políticos, e a única coisa que unificava os argentinos
eram os gols de Maradona na Copa do Mundo de 1990. [Risos. Aplausos.] Havia um
processo de desconfiança muito grande entre toda a esquerda latino-americana.
Nós não tínhamos ainda aprendido uma lição básica que iria permitir que a
esquerda chegasse ao poder. Nós temos um brilhante educador brasileiro, que já
morreu, um dos mais importantes, que muitos latino-americanos conhecem, Paulo
Freire, e ele dizia: 'Juntar os diferentes para derrotar os antagônicos.'
E nós fomos aprendendo a conviver entre nós, e fomos
construindo uma relação democrática difícil, complicada, muitas vezes era
necessário muita paciência. Eu lembro que uma vez na reunião do Foro de São
Paulo em El Salvador, nós não deixamos o Chávez participar, porque Chávez tinha
tentado o golpe na Venezuela e nós não deixamos ele participar. Era muito
difícil. Havia um processo de desconfiança entre nós muito grande. E de coração
eu quero dizer pra vocês que uma das forças políticas que mais contribuiu para
que nós chegássemos a construir o que nós construímos foram os companheiros do
partido comunista cubano, que sempre tiveram paciência e experiência de nos
ajudar. Não posso desmerecer o trabalho do companheiro Marco Aurélio Garcia,
que hoje está no governo, não está aqui, mas que participou de quase todas as
reuniões do Foro de São Paulo.
Eu fico imaginando que algumas pessoas não estão mais
aqui entre nós. E eu queria saudar aqueles que não estão aqui entre nós,
homenageando o companheiro Schafik [Handal], da Frente Farabundo Martí, que não
está entre nós. [Aplausos.] Nós estamos um pouco mais velhos. Quando começou o
Foro, eu não tinha nenhum cabelo branco. Tomaz Borges tinha todo o cabelo na
cabeça. [Risos] Daniel Ortega era cabeludo. [Risos] Ou seja: nós estamos
cansados, mais do que quando começamos o Foro. Mas o caminho que nós percorremos
não pode perder a importância das nossas conquistas. Nós estamos falando de 21
anos. Vinte e um anos é o tempo de maturidade de um jovem ou de uma jovem. E
nesses 21 anos, olhemos a fotografia da America Latina de 1990 e olhemos a
fotografia da America Latina de 2011, e nós vamos perceber que um verdadeiro
furacão de democracia passou pelo nosso continente. Um verdadeiro furacão.
Eu fico olhando a América do Sul. Quando cheguei à
presidência em 2002, só tinha o Chávez. Mesmo assim, tinha sofrido um golpe.
Depois, veio [Nestor] Kirchner. Depois de Kirchner, veio eleições no Paraguai.
Depois, no Uruguai, com Tabaré [Ramón Vázquez Rosas]. Depois veio no Equador. E
nós fomos fazendo uma mudança extraordinária que culminou com a eleição do
companheiro Evo Morales na Bolívia. [Aplausos.] É a demonstração mais viva
dessa evolução política da esquerda latino-americana. [Aplausos.]
Porque esses meninos, e eu digo meninos porque tive o
prazer de participar no dia 19 de
julho de 1980 do primeiro aniversário da Frente
Sandinista quando o orador principal foi Tomás Borges, o dia em que eu conheci
Fidel Castro e fomos comer uma lagosta na casa não sei de quem, e eu lembro
perfeitamente bem que, depois de chegar ao poder por uma revolução, no momento
certo a Frente Sandinista não teve medo e convocou eleições democráticas.
Perdeu. Daniel é o único ser humano do planeta que perdeu mais eleições do que
eu. Eu perdi três eleições. Daniel perdeu quatro eleições. [Risos.] Quatro
eleições. Entretanto, por nenhum momento, por mais acusado que esse companheiro
fosse, ele deixou de acreditar que o caminho da democracia que a Frente
Sandinista tinha optado era o melhor para a Nicarágua. E agora está o
companheiro de volta para a presidência da República pela via do voto direto. Eu,
como vocês estão percebendo, tenho muita dificuldade de fazer qualquer discurso
de oposição depois de oito anos de governo.
Mas vou dizer uma coisa à nossa querida companheira [Aída
'Mocha' García Naranjo] tratada carinhosamente de 'Mocha'. Uma coisa que nós
fizemos no Brasil e poderia ser feito [sic] no Peru era provar que aquele
discurso de que primeiro a economia tem que crescer para depois distribuir é
apenas meia verdade. Porque na maioria dos nossos países a economia cresceu e
não foi distribuído. E no Brasil nós provamos que fazer ao inverso deu
resultado. Primeiro distribuir pra fazer a economia crescer. [Aplausos.] Nós
provamos três coisas no Brasil. Primeiro: de que é possível distribuir e essa
distribuição fazer com que os pobres se transformem em cidadãos. Segundo:
combinar exportação com importação. Porque no Brasil historicamente se falava
que quando você exportava você diminuía o mercado interno, e quando você
fortalecia o mercado interno você diminuía as exportações. No Brasil, nós crescemos
o mercado externo e fortalecemos o mercado interno. Terceira derrota que nós
impusemos à tese de que era preciso crescer para distribuir: diziam que não se
podia aumentar o salário dos trabalhadores e nem o salário mínimo que causava
inflação. Nós aumentamos o salário mínimo em 62% no meu governo, e durante oito
anos 87% dos trabalhadores tiveram ganho real de salário acima da inflação.
Geramos 15.300.000 empregos formais em oito anos de mandato. Desapropriamos 47
milhões de hectares de terra. Assentamos 590 mil pessoas. E dobramos o
financiamento para agricultura familiar. Dobramos o [inaudível] crédito. Nós
saímos de 70 milhões de trabalhadores com contas bancárias para 115 milhões de
trabalhadores. Ou seja: 45 milhões de trabalhadores em 8 anos viraram cidadãos
com acesso à bancalização.
E tudo isso, querida Mocha, eu conversava muito com meu
amigo [Alejandro] Toledo e conversava muito com Alan García. Quantas e quantas
vezes eu dizia: 'Companheiro, a coisa mais fácil, a coisa mais barata, o que
custa menos pa
ra um governo é gastar dinheiro com o pobre, porque o
pobre custa muito pouco para o Estado.' E quando nós criamos o Bolsa-Família,
até alguns companheiros da esquerda no meu pais diziam que era política
assistencialista. E as pessoas não sabem o milagre que uma mãe faz com 40, ou
50, ou 60 dólares na mão. Um rico dá de gorjeta depois de tomar um uísque. Mas
uma mãe pobre, ela é capaz de levar comida para um filho para muitos dias com
pouco dinheiro. E nós, no meio da crise, colocamos praticamente 52 milhões de
brasileiros, ou 13 milhões de famílias
, pra receber uma ajuda mínima. E essa gente se
transformou em consumidor, se transformou em gerador de emprego, e se
transformou em pessoas que ajudaram a economia a crescer. Um dado importante:
no auge da crise de 2008, a classe C da região mais pobre do Brasil, que é o
Nordeste e o Norte, consumiram mais do que a classe A e a classe B da região
sul do país, numa demonstração que quando o pobre tem um pouquinho de dinheiro
na mão, ele não deposita no banco pra especular. Ele vai comprar comida, ele
vai comprar roupa, ele vai fazer com que a roda da economia comece a girar. É
por isso que, em apenas 8 anos, nós tiramos 28 milhões de brasileiros da
extrema pobreza e colocamos 36 milhões na classe média. Eu acho que poucas
vezes foi possível um país sofrer um processo de evolução, de transformação
econômica que nós sofremos no Brasil. (...)"
VIII.
FORO DE SÃO PAULO
ESTÁ POR TRÁS DAS MANIFESTAÇÕES NO BRASIL - JUNHO/2013
NOTAS DE OLAVO DE CARVALHO:
"O movimento arruaceiro foi lançado pelo Foro de São
Paulo, como confessou o sr. Valter Pomar, para forçar um 'upgrade' do processo
revolucionário, passando da fase 'de transição' para a de 'ruptura'. Como
sempre acontece nessas ocasiões, alguns líderes da primeira fase teriam de ser
sacrificados, caso não se adaptassem rapidamente ao novo ritmo das mud
anças. A presidenta Dilma Rousseff e até o PT como um
todo apareciam no cardápio como fortes candidatos à posição de cabeças
cortadas. A "Constituinte" de Dona Dilma é apenas um recurso
desesperado a que ela faz apelo para salvar o próprio pescoço, mostrando
serviço ao Foro para provar que, em vez de ser passada para trás, pode tomar a
dianteira do processo e tornar-se sua condutora em vez de sua vítima. Evidentemente,
isso implica atenuar um pouco o sentido da 'ruptura' e esticar um pouco a fase
de 'transição', criando uma etapa mista que assegure a sobrevivência, no poder,
de pelo menos uma parte da primeira geração de líderes revolucionários,
tradicionalmente a candidata maior ao exílio ou ao cemitério quando chega a
fase da 'ruptura'. Como todo governante 'de transição', Lula e Dilma sempre
viveram de arranjos e acomodações, aos quais agora o Foro de São Paulo queria
dar um 'basta'. A reação 'de direita' que se viu nas ruas mostrou que a
'ruptura' era um tanto prematura demais, e isso, de certo modo, devolveu a
iniciativa do processo ao governo 'de transição'. Meno male. Em todo caso, o
fator agente decisivo é, agora como antes, o Foro de São Paulo. Dilma é o rabo
que jamais abanará o cachorro."
(Olavo de Carvalho)
"TODA REVOLUÇÃO COMUNISTA É FEITA PELA ESQUERDA
CONTRA A ESQUER DA. A REVOLUÇÃO É UM MONSTRO QUE SE ALIMENTA DE SI MESMO. FOI
SEMPRE ASSIM, NUNCA SERÁ DE OUTRO MODO. A PRIMEIRA LEVA DE REVOLUCIONÁRIOS É
SEMPRE SACRIFICADA. ISSO É UM DADO HISTÓRICO FUNDAMENTAL, MAS MUITO IGNORADO NO
BRASIL."
(Olavo de Carvalho)
"A esquerda inventa mil novas propostas, mil novas
leis, mil novos programas, sabendo que uns irão adiante, outros serão barrados,
mas TODOS manterão a direita ocupada em discussões sem fim enquanto o poder do
Foro de São Paulo cresce de um modo ou de outro. Por exemplo, se o casamento
gay é aprovado, é uma vitória. Se é rejeitado, dá ocasião a novos protestos. E
assim por diante. Do mesmo modo, o Foro ganha com o sucesso do PT, que amplia
os seus meios de ação, ou com o fracasso do PT, que é capitalizado como
argumento em favor da 'ruptura'. Hegemonia é isso: é dominar o tabuleiro e
ganhar pelos dois lados. CHEGA de discutir propostas uma a uma. O que é preciso
é queimar a raiz de onde TODAS elas nascem.
(Olavo de Carvalho)
"Aviso: Não peçam meu apoio a nenhum movimento que
seja 'contra a Dilma', 'contra o PT', 'contra os corruptos' ou coisa assim. Só
apóio o que seja:
CONTRA O COMUNISMO
CONTRA O FORO DE SÃO PAULO
Estou muito velho para perder meu tempo com VEADAGENS
CÍVICAS."
(Olavo de Carvalho)
"O negócio não é 'Não vote no PT'. É NÃO VOTE EM
COMUNISTA. Em nenhum comunista, seja do PT ou de onde for, seja ostensivo ou
camuflado. Coisas como PSTU e PSOL são INFINITAMENTE PIORES do que o PT.
NÃO VOTE EM COMUNISTA.
NÃO VOTE EM PUXA-SACOS DO COMUNISMO.
NÃO VOTE EM CÚMPLICES DO COMUNISMO."
(Olavo de Carvalho)
"Impeachment da Dilma para que? Para trocá-la por
outro membro do Foro de São Paulo?
AUDITORIA NO FORO DE SÃO PAULO - JÁ!"
(Olavo de Carvalho)
"Em vez de lutar contra infindáveis PECs, PLs,
decretos, etc., tentando matar baratas pelo método de jogar uma naftalina na
cabeça de cada uma, vão direto ao ponto:
AUDITORIA NO FORO DE SÃO PAULO - JÁ!"
(Olavo de Carvalho)
"Sou a favor da manifestação contra o Foro, porém o
mais urgente é persuadir o Ministério Público — ou uma CPI — a investigar as
finanças dessa instituição cujos recursos, misteriosíssimos, parecem ser
ilimitados.
AUDITORIA NO FORO DE SÃO PAULO - JÁ!"
(Olavo de Carvalho)
"Chega de discutir pontos particulares do programa
comunista. É preciso acertar no coração do bicho em vez de apenas roer-lhe as
unhas."
(Olavo de Carvalho)
"Também chega de discutir lindas 'propostas
positivas' para um Brasil melhor enquanto a praga comunista não for extirpada.
Quando uma jovem está sendo estuprada, não é hora de sonhar com um lindo
casamento, filhinhos, uma casa própria etc. É hora de parar o estuprador."
(Olavo de Carvalho)
"Já escrevi que, na infância, eu tinha um tremendo
complexo de burrice, achava que todo mundo entendia tudo e só eu era o cego
perdido no tiroteio. Adotei como objetivo da minha vida entender e explicar —
se possível — o que se passa. Não sou líder de merda nenhuma, não tenho
ideologia definida, não tenho nenhum programa de ação a oferecer. Mas posso
fornec
er, aos interessados, algumas informações e análises
históricas para que, no devido tempo, descubram o que fazer — e façam. Como
diria o Pernalonga: That's all, folks."
(Olavo de Carvalho)
VER TAMBÉM:
"QUEM PAGA?" E "CAOS E ESTRATÉGIA", DE OLAVO DE CARVALHO.
IX.
ATAS DO FORO DE SÃO PAULO
Disponíveis no site Mídia Sem Máscara.
SITE DO FORO DE SÃO PAULO.
MEMBROS OFICIAIS DO FORO DE SÃO PAULO
FORO DE SÃO PAULO NO SITE DO PT
MANIFESTAÇÃO CONTRA O FORO DE SÃO PAULO
X.
MAIS SOBRE ESSES E MUITOS OUTROS ASSUNTOS NO LIVRO...
Da obra de Olavo de Carvalho, organizado e apresentado
por Felipe Moura Brasil:
O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota.
Em julho de 2013, pela Editora Record.
******
Pois bem. Está de bom tamanho?
Então agora, quando alguém falar que o Foro de São Paulo
é "teoria da conspiração", responda logo:
Conspiração é o Foro que te pariu!
Fonte:
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