sábado, 5 de março de 2011

EXUS

PONTOS RISCADOS E CANTADOS
Cada exu terá o ponto riscado que serve com pantáculo focal do trabalho com o elemento. O pontos cantados serão divididos em dois: ponto de encruza e ponto de almas pois todos os exus chegarão por estas duas linhas.
RITUAL DO TOQUE
O objetivo do toque é para que aja movimentação das energias.  Sempre se deve despachar a coroa antes de iniciado para que com o tambor sejam buscados os axés específicos. Fazer a chamada e chamar os exus pela encruzilhada. Os pontos cantados é que dinamizam as energias e deve-se colocar o ponto de madeira do axé no meio do salão, com as ponteiras e objetos necessários para o foco. 
RITUAL DA MESA ELEMENTAL
Objetivo da mesa é que a pessoa comungue com o exu e o Elemental num jantar de gala que é servido pratos correspondentes aos elementos trazendo o axé de uma forma mais compromissada.
LINHA DE ORIENTE
É uma linha que tem como carro chefe os ciganos que são detentores de conhecimentos a antiga tradição mágica européia, do Egito e religiões do extremo oriente. Pode-se nesta linha, utilizar várias formas de magia desde que nunca para o dano. A consagração do altar aos ciganos deve ser feita nos quatro elementos definindo assim a utilização da magia como o carro chefe. Não trabalham com espíritos que não sejam do bando cigano. Trazem alegria, festa, magia, amor, dinheiro, proteção, vidência, saúde, fartura e prosperidade. Como são andarilhos deve-se colocá-los a viajar pelas casas dos filhos levando o axé específico.
A CONSAGRAÇÃO  DO ALTAR
Devem-se firmar os quatro elementos no altar respeitando as direções dos quadrantes. Todo ritual de magia pode ser feito na frente do altar.
IMAGEMS
JARRO DE METAL  - Representando o feminino e o útero da mãe terra que tudo produz.
PUNHAL – Representando ao falo do deus que traz o poder criador.
7 TIPOS DE SEMENTES – Representando a fartura e abundância correspondente a assinatura da energia. (sementes de girassol, lentilha, milho, trigo, feijão branco, arroz,
INCENSO
PEDRAS
BEDIDAS (Vinho branco, tinto, champanhe e cerveja)
VELAS COLORIDAS (7 velas representando as 7 energias planetárias)
FLORES
PERFUMES
7 MOEDAS DE 1 REAL.
Abrir TE e os quadrantes e armar os quatro ritos dos quadrantes. Fazer o ritual do ar e depois lavar as imagens, o jarro e o punhal e pedindo que o a energia do quadrante se confirme no assentamento ritual. Continuar conforme o movimento horário todos os outros quadrantes. Após montar no jarro as sete camadas de sementes com as pétalas de flores, perfume e colocando as 7 moedas em cima. Logo após invocar a deusa para que abençoe e não deixe faltar o axé. Invocar o deus e pedir que seu poder criador nunca falte o poder criador e ao colocar no local fazer uma consagração do altar. Colocar uma frente com carne de porco ou peru, frutas, flores, perfume, moedas e jóias. 
ASSENTAMENTO DO OGUM

Ogum é o guardião dos ciganos sempre sendo feito a ele toda a defesa e limpeza. Cruzar com cerveja e charuto e com os elementos pois trabalha com magia também.
UMBANDA
LINHA DE CABOCLOS – Os caboclos trabalham para a saúde com elementos xamânicos do ritual. 
XANGÔ DAS MATAS – Caboclo que vêem na linha de Xangô. É um Pagé ou feiticeiro de uma tribo de índios que trabalha com as forças da natureza para saúde, desmancha feitiço, egum.
ASSENTAMENTO
Imagem
Cerveja preta
Pemba branca e vermelha
Ervas de Xangô
Charutos
Dois machados duplo de madeira vermelho e branco
Gamela
Cocá vermelho, branco e verde
Arco e flexa
Guia vermelha, verde e branca.
Ponto pintado na madeira
RITUAL DE CRUZAMENTO
Se faz o amaci e lava todos os elementos menos o cocá e assenta-se a imagem na gamela colocando por traz o cocá e ponto e na frente os machados e o arco e flexa.
 A oferenda é uma gamela cheia de frutas com cerveja preta, charuto, velas brancas, vermelhas e verdes.
PONTO CANTADO
Xangô Kaô meu pai, meu pai vem me ajudar
Xangô é meu guia, Xangô é meu Pai
A pedra na pedreira ela balança mas não cai.
Vem trabalhar Xangô, vem trabalhar
Na mata ele é caboclo, na terreira é Orixá

LINHA DE PRETO VELHOS – Linha que traz da áfrica a tradição do culto aos antepassados que estão ligados de forma consangüínea ou religiosa. Consistem um uma linha do meio podendo trabalhar para os dois lados.
PAI JOÃO – Preto velho que foi trazido da áfrica e era o sacerdote no culto secreto ao orixás. Filho de Xapanã morreu de varíola. Muito feiticeiro de anda em todas as linhas.

LINHA DE COSME – Linha de espíritos de crianças que lembram os erês de santo e os Orixás Ibedjis que trazem a energia da inocência e pureza.

RITUAL DO PADÊ DE EXU:

LEGBA

Um alguida envernizado
Duas folhas de mamona
Farinha de mandioca
Dendê
1 garrafa de cachaça
Água da quartinha
Fumo em corda (70 cm)
Velas pretas e vermelhas

DESTRANCA E TRANCA

Um alguida envernizado por dentro e por fora.
Duas folhas de mamona
Farinha de mandioca
Dendê
1 garrafa de cachaça
Água da quartinha
Chave de batata com colorau (Destranca)
Cadeado de batata com cinza ou carvão (Tranca)
1 charuto
Velas pretas
Velas vermelhas
PREPARO:
De noite em abstinência sexual por 24 horas colher seis folhas de mamona que tenham 5 pontas formando o pentagrama. Levar até a casinha do Exu e abrindo a porta efetuar o preparo do ebó na frente do assentamento. Colocar as palmas das mãos sobre as folhas de duas em duas e verbalizar os pedidos imaginando a cena do acontecimento conforme o exu que será servido (verbalizar - Legba: Eu tenho...; Destranca: Eu quero...; Tranca: Trancando...). Colocar as folhas lado a lado dentro do alguida criando a frente do prato. Colocar a farinha de mandioca e derramar um pouco da água da quartinha dentro e deixar que a mesma inchar. Colocar dendê e um pouco de cachaça e misturar com as duas mãos verbalizando o mesmo e imaginando a cena do acontecimento conforme o exu. Fazer a chamada da coroa e pedir que venha comer na sua encruzilhada. Tomar o cuidado de sair de frente até o portão com o fumo em corda escondido numa sacola. Levar o ebó e a cachaça e quatinha na encruza e, no centro do triângulo, despachar a quartinha em formato do ponto do Legba colocando o ebó em cima com a frente do prato para as 7 encruzilhadas que são o seu domínio. No canto esquerdo despachar a quartinha com o ponto e arriar o ebó em cima  para o Exu Destranca com a frente do prato para o triângulo pois é ele que trabalha nas sete encruzas trazendo o axé solicitado até o cruzeiro da casa. No direito despachar a quartinha no formato do ponto do Tranca e arriar o ebó em cima da mesma forma para o Tranca. Os charutos, o fumo em corda e as velas devem ser colocadas dentro do ebó e a cachaça deve ser posta ao lado. Pegar dois punhados do ebó do Legba e dar sete passos de costas e virar-se indo pelo meio da rua e na primeira encruza colocar no meio um dos punhados. Anteriormente deve-se ter acendido uma vela para Timboá no canto de costume pedido ago. Continuar andando e entrar de frente para rua e colocar no canto direito o outro punhado confirmando o pedido pela verbalização e imaginação. Quando da primeira vez ou quando será feita o corte de obrigação deve-se sacrificar um galo para cada na cor correspondente.
Encher novamente a quartinha e borrifar o assentamento com cachaça e dendê por cima da obrigação.
RITUAL DA COMPRA DA ENCRUZA

Fazer um ebó de padê
Cinco moedas correntes
Devem-se despachar as quartinhas do Tranca e Destranca nos quatro cantos para firmar as quatro torres e no centro fazer o ponto de conexão dos mesmos. Ir a um canto direito e se apresentar aos quatro cantos fazendo o movimento horário e dizendo:
“Assim como o tempo não pára, que o (axé especifico) sempre mova-se a minha procura e que o (axé específico) me encontre rapidamente,  me tornando (reforço do axé específico) comigo ficando para sempre.”
Deve-se ir fechando o circulo fazendo o movimento do caracol  e quando passar pelas ruas ao meio saldar o caminho e atirar uma moeda com a mão direita dizendo:
“Estou comprando o caminho do (Axé específico e suas divisões) que vem do (ponto cardeal) e que em sete luas corridas o que aqui for ordenado seja cumprido”.
Chegando ao centro dizer:
“Eu peço ago ao Orixá Bará e Ogum!!  Esta encruzilhada esta comprada e paga por mim (falar o nome) para os Exus Destranca Rua das Almas e Tranca Rua das Almas nesta hora  e daqui para adiante.
 Partindo do centro  deve-se fazer o caminho inverso de costa dizendo:
“Que (axé específico contrário) seja aqui preso e que daqui nunca saia até que seja ordenado”
Pegar o Ebó do Destranca com uma moeda e em sentido horário caminhar pelo cruzeiro dizendo:
“Que no centro desta encruzilhada  sejam concentrados o (axé específico) de todos os caminhos que o Exu Destranca Rua das Almas possa estar. E sempre que for ofertado este ebó traga (axé específico) em até sete luas corridas me tornando (repetir o axé específico)”.
Arriar e puxando o ponto apresentando o galo aos quatro caminhos fazendo com que bata as assas e sacrificá-lo dizendo:
Exu Destranca Rua da Almas (batizar o nome), estou te oferecendo este ebó com para que responda aqui para mim (falar o nome) para que me traga (axé específico). E que nunca receba aqui ebó, senão feito por minha mão e arriado por mim.
Pegar o ebó do Tranca e fazer o movimento contrário de costas dizendo:
“Que nos cantos desta encruzilhada  sejam concentrados o (axé específico negativo) de todos os caminhos que o Exu Tranca Rua das Almas possa estar. E sempre que for ofertado este ebó tranque (axé específico negativo) em até sete luas corridas me tornando livre de (repetir o axé específico negativo)” Deve calçar os três cantos com um punhado do ebó para trancar o negativo.
Arriar  no quarto e puxando o ponto apresentar aos quatro cantos o galo e sacrificá-lo dizendo:
Exu Tranca Rua das Almas (batizar o nome), estou te oferecendo este ebó com para que responda aqui para mim (falar o nome) para que me traque (axé específico negativo). E que nunca receba aqui ebó, senão feito por minha mão e arriado por mim.
Após fazer um assagel de pipoca no centro pedindo abertura de todos as caminhos que Destranca possa buscar o (axé específico) os trazendo até ali para (fulano ou para casa). Nos cantos deve-se jogar os milhos que não foram estourados pedido ao Tranca que tranque os caminhos negativos e que não deixe que cheguem até mim.
Fazer puxado de pipoca até em casa colocando punhados do ebó nos centro das encruzilhadas e ao entrar no portão da casa não dar as costa para rua e colocar no lado direito de quem entra um punhado com vela e pipoca. Deve-se sempre que for comprar o cruzeiro trazer elementos que firmem o axé da magia.

RITUAL DE COMPRA DO CRUZEIRO DE CASA

Quando for comprar a encruza da casa deve-se arriar para o Legba, Tranca e Destranca um padê num alguida grande e colocar uma chave de batata com coloral, um cadeado escuro com carvão e uma mandioca cozida inteira e plantada. Dar um banho de cachaça e dendê no cruzeiro todo. Fazer um assagel de pipoca dizendo:
“Que a coroa possa reinar nessa encruza com o poder da magia e sobre os sete caminhos dos sete orixás nos noves planos do orum. Eu chamo ao Exu Legba ao Exu Destranca Rua das Almas e ao Exu Tranca Rua das Almas para que reinem nesta encruza, abrindo e fechado quando assim for necessário e solicitado.”
Fazer o sacrifício do galo preto e vermelho dentro do ebó deixando em cima. Tomar o cuidado de colocar um pouco do ebo em cima de uma folha de mamona para os exus no canto esquerdo e direito. Lembrar de colocar os milhos fechados para o tranca.
LENDAS
Exu sempre foi ranzinza e encrenqueiro, adorava provocar confusões e fazia brincadeiras que deixavam a todos confusos e irritados.
Certa manhã acordou desalentado, afinal quem era ele?
Não fazia nada, não tinha poder algum, perambulava pelo mundo sem ter qualquer motivação.
Isso não estava correto, todos os orixás trabalhavam muito e tinham seus campos de atuação bem definidos e para ele nada fora reservado.
Essa injustiça ele não iria tolerar.
Arrumou um pequeno alforje e colocou o pé no mundo.
Iria até o Orun exigir explicações.
Depois de muito andar, finalmente chegou ao palácio de Olorun.
Tudo fechado, dirigiu-se aos guardas do portão e exigiu uma audiência com o soberano.
Eles riram muito, quem era aquele infeliz para vir ali e exigir qualquer coisa.
Exu ficou enfurecido nem os guardas daquela porcaria de palácio o respeitavam. Passou então a gritar impropérios contra o grande criador.
Imediatamente foi preso e jogado em uma cela onde ficou imaginando como sair daquela situação.
Já estava arrependido de ter vindo, mas não daria o braço a torcer.
Iniciou novamente a gritaria e tanto barulho fez que Olorun decidisse falar com ele. Exu explicou o que o trazia ali, falou da injustiça que se achava vitima e exigiu uma compensação.
Pacientemente o pai da criação explicou que todos os orixás eram sérios e compenetrados, mas que ele, Exu, só queria saber de confusões e brincadeiras.
Então como ousava tentar se igualar aos companheiros?
Que fosse embora e não o aborrecesse mais.
Era assim?
Não prestava para nada?
Era guerra? Resolveu fazer o que mais sabia, comer!
Todos sabiam de sua fome incontrolável desde o nascimento.
Desceu do Orun e começou a atacar os reinos dos orixás.
Comeu as matas de Oxóssi, bebeu os rios de Oxum, palitou os dentes com os raios de Xangô.
O mar de Iemanjá era muito grande e ele foi bebendo aos poucos.
A terra tornou-se árida e prestes a acabar.
Por conta disso todos os orixás correram ao palácio em completo desespero.
Exu imediatamente foi preso e arrastado novamente até o Orun, desta vez, porém, sentia-se vitorioso.
Exigiu ser tratado com respeito e assumir um lugar no panteão divino.
Se assim não fosse, nada devolveria e comeria o restante do mundo.
Foi feita então uma reunião para se resolver o grande problema.
Olorun não poderia julgar sozinho, todos que ali estavam tinham muito a perder.
Depois de muita discussão chegaram a um consenso, Exu seria o mensageiro de todos eles, o contato terreno entre os homens e os deuses.
Ele gostou, mas ainda perguntou:
- E vou morrer de fome?
- Nova discussão, decidiram então que todos os orixás que recebessem oferendas entregariam uma parte a ele.
Exu saiu satisfeito, agora sim tinha a importância que merecia, desceu cantarolando e devolvendo pelo caminho tudo que tinha comido.
E a paz voltou a terra, mas ficou o recado...
Com Exu ninguém pode!
Exu é o senhor do bem e do mal, ele está em todos os locais e fala todas as línguas.
É a própria comunicação, é o orixá da inteligência, do bom humor, dos amantes da vida e da boa mesa, das cores e odores.

Exú sempre foi o mais alegre e comunicativo de todos os orixás.
Olorun, quando o criou, deu-lhe, entre outras funções, a de comunicador e elemento de ligação entre tudo o que existe.
Por isso, nas festas que se realizavam no orun (céu), ele tocava tambores e cantava, para trazer alegria e animação a todos.

Sempre foi assim, até que um dia os orixás acharam que o som dos tambores e dos cânticos estavam muito altos, e que não ficava bem tanta agitação.
 Então, eles pediram a Exú, que parasse com aquela atividade barulhenta, para que a paz voltasse a reinar.
 Assim foi feito, e Exú nunca mais tocou seus tambores, respeitando a vontade de todos.

Um belo dia, numa dessas festas, os orixás começaram a sentir falta da alegria que a música trazia.
As cerimônias ficavam muito mais bonitas ao som dos tambores.
Novamente, eles se reuniram e resolveram pedir a Exú que voltasse a animar
as festas, pois elas estavam muito sem vida.
Exú negou-se a fazê-lo, pois havia ficado muito ofendido quando sua animação fora censurada, mas prometeu que daria essa função para a primeira pessoa que encontrasse.

Logo apareceu um homem, de nome Ogan.
Exú confiou-lhe a missão de tocar tambores e entoar cânticos para animar todas as festividades dos orixás.
E, daquele dia em diante, os homens que exercessem esse cargo seriam respeitados como verdadeiros pais e denominados Ogans.

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